sábado, 15 de agosto de 2009

Alan, sem ameixas...



Alan trabalhava feliz em sua padaria servindo seus clientes todo dia com o famoso pão de ameixas, a especialidade da casa.


Certo dia, o dono do pomar de ameixas aceitou uma proposta de vender suas terras a uma usina sucro-alcooleira que pretendia cortar todos os pés de ameixa para plantar cana de açucar no lugar.

Alan, sem ameixas, não podia fazer seu pão de ameixas, e sem o pão de ameixas as vendas da padaria caíram muito, carregando Alan rumo a falência.

Desesperado, começou a procurar maneiras de conseguir esse tão importante ingrediente, já que o pomar mais próximo havia fechado e outro fornecedor ficava há quase 1000 km de distância de sua cidade, o que fazia as ameixas custarem muito mais dinheiro por causa do transporte, tornando-as inviáveis para Alan.

Graças aos céus que Alan tinha amigos e logo começaram a surgir maneiras de se conseguir dar um jeito na situação. Sua família tinha um terreno que podia ser vendido, e o dinheiro extra pagaria este tão caro transporte. Mas não se vende terrenos tão rapidamente assim.

Outra saída seria conversar com o Dr. Irineu, ex-morador da cidade que ficou milionário e foi morar em Miami. Todo mês o Dr. Irineu vem visitar os parentes, e já que sempre foram amigos Alan podia pedir um pouco de dinheiro emprestado. Mas ainda faltam alguns dias para o Dr. Irineu voltar.

Por último ainda, existia a alternativa de pedir para a Máfia. Cerca de dois meses atrás Alan salvou um grande chefão da máfia de um atropelamento. Ficando eternamente grato, o chefão disse ter ficado devendo um favor o qual poderia ser retribuído em ameixas. Ele disse conseguir um caminhão inteiro de ameixas para amanhã, mas sabe como é, Alan sempre foi um homem honesto e se envolver no crime é perigoso demais, às vezes a gente gosta e aí não tem mais volta.

De um jeito ou de outro, Alan não sabe o que fazer. Se esperar demais pode perder a padaria, se não agir com cautela pode perder a liberdade.

O que ele fará ninguém sabe. Quanto a mim, cansei de esperar, vou embora dessa padaria.


Originalmente publicado em http://fotolog.terra.com.br/verbo01:14 -
03/09/2007 10:36

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