quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Mais um pouco da minha ressaca

Como posso me sentir assim, sempre de fora, sempre um outcast? Por mais popular que eu seja parece que não consigo pertencer a nenhum grupo especifico e, pior ainda, parece sempre que o grupo dos legais me deixa de fora. 

Estranho. Questionei recentemente minha maturidade. Achei que já havia chegado. Que já era adulto. Então vejo que onde eu queria estar as pessoas são todas 10 anos mais velhas, 20 anos mais experientes e 30 segundos mais atraentes.

Invejo elas e menosprezo o meu não pertencimento, o que comprova ainda mais minha imaturidade, especialmente emocional. Me sinto tão distante dessa tranqüilidade, dessa coolness, que chego a me apaixonar platonicamente como só fazia quando jovem. E por mais bonito que eu pense ser tudo isso, os anos me provaram que esse falso amor só serve para me fazer de idiota.

Ainda assim eu sinto uma vontade incontrolável de pegar na sua mão e atravessar os oceanos. De sair correndo em direção ao pôr do sol sem nunca olhar pra trás. Vontade de escrever essas besteiras desconexas e achar que toda palavra soa poesia.

Mesmo sabendo de que não é disso que se trata nossa relação. Não é o amor que cantou Vinicius, mesmo sendo eterno enquanto dure. Não é o amor do Tom Zé que espalha pelo céu Beatles à granel. É o amor da flor de cactos, dos Secos e Molhados. É o amor brincante das tardes de verão e das noites de inverno. É o amor descompromissado de dois quase apaixonados que se unem e se lambem e se bebem e se fodem, como se fossem só o que restasse de bom do mundo lá fora.

Um amor que não pode ficar sério pois deixaria de sê-lo. Um amor que não pode subir a serra pois se tornaria algo inferior do que é. Perfeito e sublime como deve ser, amantes apenas, com suas vidas e seus medos trancados pra fora desse quarto de paixões.

Nesse quarto onde esqueço que não sou herói, que não sou maduro, que não sou adulto.

Apenas sou, dentro de você.

Nada mais

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