sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Curso de Roteiro - Falmouth College University - Aula 1 - Exercício 1

Estou acompanhando o pod cast de um curso de roteiro à distância da faculdade de Falmouth na Nova Zelândia. Estou achando bem interessante e decidi me dedicar. Então postarei aqui alguns dos exercícios propostos.


O exercício de hoje consistia em escrever em 500 palavras que tipo de escritor eu sou. Confesso que 500 palavras é mais do que eu esperava, mas segue o resultado:



Eis que surge uma missão. Escrever com pelo menos 500 palavras que tipo de escritor eu sou. Tarefa fácil no sentido do tamanho, mas será a mesma simplicidade no sentido da essência por ela própria? Oras... Definir identidade é algo que os seres humanos passam gerações tentando fazer e muitas vezes sucedem apenas em descrever a casca disso tudo. Agora me encontro frente à definição de uma identidade profissional, uma caracterização assim por se dizer, que define quem é esse personagem intitulado Eduardo, o escritor.

Historicamente, sempre tive mais facilidade com crônicas. Quando pela primeira vez tive liberdade autoral completa, escrevi algumas crônicas. Antes disso escrevi algumas letras de músicas que arranhava no violão. Todas, que me lembre, em primeira pessoa. Sempre tenho essa simplicidade no diálogo. Eu falando com o leitor, com o espectador. Talvez isso significa que eu escreverei muitos filmes com narrador. Algo um tanto quanto surpreendente já que a grande totalidade dos roteiros que eu tenho escrito não possui narrador. Nenhum deles, creio eu. Mas só o futuro dirá.

Por enquanto preciso me adjetivar um pouco mais para esclarecimento e validade do exercício. Sei que gosto de todas as life-changing-adventures e tudo que deposite fé no ser-humano. Gosto de mostrar como as coisas podem ser diferentes, como tudo pode mudar sempre e como até as tragédias podem transformar nosso caminho em um caminho melhor.

Gosto também de subversão. Tudo o que escracha na cara, que enfia o dedo na ferida e que fala sem rodeios. Quanto maior o sentimento passado na tela, mais a pessoa é tocada pelo filme. E esse sentimento pode ser o choque, pode ser o ultraje, pode ser o horror. Talvez encontrar o equilíbrio entre o ultraje e a sutileza seja um caminho interessante, mas disso só teremos certeza a cada filme feito, a cada alma revelada.

Quando era adolescente eu havia memorizado uma lista Top Life Changing Films só com filmes que eu realmente considerava terem mudado minha vida. Hoje já vi tantos filmes e minha vida já mudou tanto que uma nova lista tornou-se necessário. Assim poderei analisar mais profundamente cada filme e entender mais completamente que tipo de escritor eu sou.

São eles, em ordem aleatória: Clube da Luta, Coração Valente, A vida é Bela, O Fabuloso Destino de Amélie Poulan, Diários de uma Motocicleta, Hair, Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, Pulp Fiction, Beleza Americana, V de Vingança, Adaptação... Cabem muitos outros, mas para o momento estes bastam.

 O que esses filmes dizem de mim? O que esses filmes dizem pra mim? Cada um deles merece ser visto novamente e analisado cautelosamente. Como eu quero fazer filmes tão bons quanto esses, preciso estudar seus roteiros de cabo a rabo. Entender sua estrutura, seus diálogos, seus segredos.

De cara percebo que minha intenção na escritura de roteiros de ficção sempre esteve correta. Outros formatos me atraem também, claro. Escreverei documentários, peças de teatro e diversas outras manifestações artísticas durante minha vida, mas o foco é e sempre foi apenas um: longas-metragens de ficção.


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